quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

top 5 músicas de propaganda

Cinco comerciais que, nos últimos tempos, me fazem aumentar o volume só por causa da música:


5 - Peugeot 407, por Nichole Alden



4 - Mercado Livre, por Aselin Debison (e a Vespa do filme consegue ser ainda mais legal que a música)



3 - Rexona Energizing, por não sei quem, mas é legal (embora o desodorante, que ganhei no jabá, não resista a 6 horas de calor)



2 - Dior Sport, por The Killers (tá, o Jude Law é pra quem gosta, mas a música - e perfume, que uso - é boa)



1 - Adidas Originals, por Frankie Valli e Pilooski (selo plástico bolha de garantia festa boa)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

non grata?

Você é suspeito. Não sabe de que, mas é. Melhor correr. Fugir do ginásio de basquete, pela mesma porta usada pra entrar. A bicicleta vietnamina não estava mais lá, e a outra disponível estava acorrentada. Usou-a mesmo assim e, claro, não deu certo. Correu. Correu um pouco mais. Parou numa arquibancada, quando aquele cara gente boa, mas que você nunca soube o nome direito, te deixa com a culpa amarga e infinita das amizades mal aproveitadas. "Eles estão vindo atrás de você, já era, foge agora". Agradecido, corre mais e se esgueira por entre arbustos, após, por instinto, entrar à direita, num terreno baldio, e se encolher atrás de um cupinzeiro, por sua vez atrás de um Corcel que já fora vermelho, mas que agora é só poeira.

Pelo reflexo da calota, que mesmo empoeirada mantinha um orgulhoso reflexo, você vê um corpo se aproximando pela esquerda. Uma velha, de pantufas e vestido de bolinha, com uma espingarda-boca-de-sino do Urtigão apontada em sua nuca. Já era.

O esquadrão que o caçava chega em poucos segundos, e a surpresa triste é ver, dentre os mercenários, dois amigos de infância, irmãos de sangue (entre eles) e de bar (entre vocês). Fuzis AR mirados na sua testa. É o fim.

Você é levado pelos dois e mais outros dois desconhecidos a uma casinha abandonada - aquele mix simpático de sala de tortura com cativeiro de selva colombiana. Revoltado, diz que se sente traído e que o motivo por estar sendo perseguido nem importava mais. Parte para cima, derruba um, deixa outro desgovernado, enforca o outro até que, sufocando, ele confessa: "você ainda não percebeu?" Que vocês são uns feladaputa que querem me matar sem eu nem saber por quê? "Não, mané, se liga:"

O irmão que havia escapado de seus golpes desesperados abre a porta e nocauteia o guarda a postos do lado de fora. Volta e diz que é a hora. Você foge, ainda sem saber o motivo, mas feliz.



sangue. honra. fidelidade. força. e um tiquinho assim de malemolência. é isso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

tá, confesso, está um tanto corrido construir o melhor site de educação do Brasil, pagar de pioneiro e tendência no newsgame, fazer as melhores festas do ano pra uma penca de gente, manter um blog lixeira e conseguir tempo pra ser o amigo bêbado, o consolador das almas inconsoladas, o DJ amador, o barman agregador e ainda ter que ler o que me falta, ouvir e baixar o que me resta (parei em 1995 nos 1001 Discos...), jogar videogame e investir no futuro.

Oquei, oquei.

Eu voltarei, queridas leitoras. Um beijo no queixo

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pacman é o cara

Pena que Norman Mailer não está mais aí para fazer um perfil à altura do monstro filipino... Me empolguei, tentei e mandei.



O maior boxeador do mundo é um frangote das Filipinas de 1,69m. Seu nome: Pacman

Ricky Hatton parecia confiante naquela noite de 2 de maio, em Las Vegas, Estados Unidos. Detentor do cinturão da IBO (Organização Internacional de Boxe, em inglês) na categoria meio-médio-ligeiro (até 64 kg), o britânico branquelo conhecido como The Hitman defenderia o título mundial contra o filipino Manny Pacquiao no duelo que vinha sendo chamado de “guerra dos mundos”. Mal-encarado, feio e dono de um certo carisma, Hatton, 45 vitórias, 32 por nocaute, somente uma derrota, era apontado por muitos como o favorito da luta, apesar do currículo respeitável de seu oponente, com 48 vitórias, 36 por nocaute, três derrotas. “Ele vinha numa ascensão extraordinária”, diz Mauro Silva, presidente da Confederação Brasileira de Boxe. Seria uma luta equilibrada, mas Hatton tinha boas chances de vencer.

A dúvida pairou por menos de seis minutos. Hatton foi demolido. O campeão beijou a lona de forma histórica. Os cerca de 2 milhões de americanos que pagaram para ver a luta no pay-per-view, segundo o USA Today (chegando perto do recorde de um evento PPV, de 2,4 milhões) ficaram atônitos. Idem os milhões de filipinos que lotaram teatros, restaurantes e ginásios, deixando as ruas do arquipélago praticamente desertas para ver a luta. Mais que todos, no entanto, os 10 mil fãs de General Santos, cidade-natal de Pacquiao, que não desgrudaram os olhos puxados da frente da TV. Sem esquecer as 16 262 pessoas que desembolsaram até mil dólares por um ingresso no MGM Grand Garden Arena. Todos sem ar.

Ao soar do gongo, Hatton partiu para cima do asiático, conhecido no mundo do boxe como Pacman, o quase mitológico personagem de videogame que papa tudo que vem na frente. Em vão. Um gancho de direita, assim, de cara, colocou o inglês de joelhos até a contagem do árbitro chegar a oito. Combalido, Hatton se segurou até o fim do primeiro assalto, atingindo nada mais que o ar com seus socos, quando foi novamente atingido.

Segundo assalto. Recuperado, Hatton parecia querer reverter o jogo ao acertar alguns golpes em Pacman. Mas aos 2 minutos e 29 segundos um direto de esquerda no queixo, impecável, monstruoso, jogou Hatton de vez no chão – e Pacquiao na História. “Foram golpes certeiros. Hatton teve um lindo sonho na lona”, diz Mauro Silva. The Hitman caiu destroçado, e o árbitro, preocupado com o estado do inglês, declarou o fim da luta sem nem mesmo fazer a contagem. O próprio treinador de Hatton, o ex-pugilista Floyd Mayweather, sugeriu a aposentadoria ao pupilo, que permaneceu estirado na lona por alguns minutos. O Herald Tribune noticiaria dias depois que o estado de Nevada, onde fica Las Vegas, não vai permitir que Hatton lute de novo ali, a não ser que especialistas digam que seu cérebro não corre risco de dano permanente.

Pacman faturou US$ 32,8 milhões com a vitória, entre prêmio e direitos de TV. A glória foi mais uma de uma trajetória impressionante. Pelo Conselho Mundial de Boxe, ele foi campeão mundial pesos leve, superpena e mosca. Pela Federação Internacional de Boxe, ganhou o mundial peso pena. Foi o quinto título mundial, na quinta categoria diferente, o que o faz ser considerado pela revista especializada americana Ring o melhor lutador da atualidade, considerando todas as categorias. Ele já ganhou sete prêmios de lutador do ano, entre 2006 e 2008, por três entidades diferentes. “Não há nada a se comparar”, diz Cliff Rold, da Ring. “Um ex-campeão peso mosca derrotar o atual campeão do meio-médio-ligeiro é algo sem precedentes.” Pacman tornou-se o quinto campeão quíntuplo da história, entrando no rol de pugilistas como Oscar de La Hoya - que, inclusive, foi nocauteado pelo filipino em dezembro passado.

Segundo especialistas, Pacquiao reúne qualidades raras de serem encontradas juntas em um atleta. “Ele tem fibra e raciocínio técnico incríveis. Une o mental, físico e psicológico de maneira exemplar”, opina Mauro Silva. Rubens Costa, psicólogo da CBBoxe, acrescenta o fato de ele ser canhoto. “A movimentação do corpo é diferente, atrapalha a vida da maioria dos oponentes, que é destra”, diz. “Além disso, uma pesquisa realizada com especialistas do mundo todo apontou que a rapidez dos punhos é a qualidade mais desejável em um grande lutador. Pacquiao é muito veloz.” (na dúvida, digite o nome do cara no YouTube).

Para Cliff Rold, Pacman tem a habilidade de se desenvolver e uma aptidão para o esporte que poucos têm. “Ele tem a velocidade e o poder, e evoluiu muito nos últimos dois anos”, diz. Quem o enfrentou concorda. Em 28 de junho de 2008, numa entrevista à TV americana logo após perder o título do peso leve para Pacquiao por nocaute, David Diaz, com o rosto inchado, detonado, borbulhando de sangue e hematomas, disse: “eu havia assistido a umas fitas, e tinha ficado mais preocupado com a força do que com a velocidade dele. Achei que podia aguentar a rapidez. Mas ele é incrivelmente rápido.”

Franzino, Pacquiao tem 1,69m e nasceu há 30 anos na ilha de Mindanao, foco de separatistas islâmicos no único país majoritariamente católico da Ásia. Durante a luta com Hatton, as guerrilhas fizeram um cessar-fogo não-oficial com as tropas do governo. Alguns guerrilheiros viajaram quilômetros para ver o combate, e mal tiveram tempo de esquentar a cadeira.

“Queria que nossa rebelião pudesse se resolver tão rápido quanto a luta”, declarou o porta-voz da Frente Moro Islâmica de Libertação, há 14 anos enfrentando o governo de Manila. O papa-tudo Pacman, que já pagou de ator, gravou discos e passou pelo Exército, agora é aclamado como futuro presidente de seu país. Como disse um mototaxista filipino a um diário de Cingapura, “nem o Obama pode com Manny”.

revista VIP, versão brutalmente estendida, junho de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Ocidente venceu

E brilhou muito na comemoração de 20 anos atrás:





O mais legal, como lembrou alguém que comentou no YT, é que ninguém tinha telefone no lado oriental. Só os gambés da Stasi. Vidaloca teutônica é isso aí.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

do lado de lá do muro




Propagandas da finada Alemanha Oriental. Tem mais aqui, ó

terça-feira, 27 de outubro de 2009

chapéu chapéu chapéu

Tá difícil encontrar mulher chique hoje? My Vintage Vogue ajuda a explicar por quê:


Tem muito mais aqui

ah, google analytics

Desde 28 de julho tem uma pessoa que entra aqui, olha, eu diria que quase todo dia. Ela entra via tráfego direto, ou seja, digita a url no navegador ou a tem gravada entre os favoritos. Usa firefox, é de São Paulo e sua velocidade de conexão mais utilizada é T1, típica de redes de médias e grandes empresas. Ela costuma entrar bem cedo, entre 7h e 9h, e fica menos de 30 segundos, talvez só para checar meus últimos tweets - imagino que não me siga no twitter. Às vezes faz isso nos fins de semana, o que pressupõe alguém que faça plantão.

A pessoa misteriosa nunca se manifestou, o que é uma pena. Juro que queria saber quem me acha interessante a esse ponto.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Inglorious Basterds

Bastardos Inglórios tem os diálogos bem sacados, a violência necessária, a trilha esperta, as referências nerds e todo o pacote Tarantino, desvalorizados sobre um roteiro quase preguiçoso que escapou de ser o livro renegado e inédito do Jô Soares.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A tal mensagem psicoterápica de Anticristo se perde no festival de escatologias de sangue e sêmen na bruma do bosque, ou seja, polêmica por polêmica, o Antichrist Superstar do Marilyn Manson é bem mais divertido.

O gigante oriental caminha a passos monumentais em direção à casa da praia. Era só ele contra o colosso no caminho da destruição. Acionara o pai e suas enfermeiras selvagens para que trouxessem, sei lá, algum sonífero, algum veneno, algo que derrubasse o gigante.

Mas agora eram só os dois. E, no momento do ataque, na decisiva hora em que os olhares se cruzam e o tempo se arrasta, o grande definha. Diminui até ficar menor que o pequeno. Os olhos pretos, outrora ameaçadores, viram, ah, você sabe, aquela coisinha fofa que só crianças orientais têm. E agora estavam os dois ali quando o pai volta com suas enfermeiras sexy, parecendo herói de filme de ação antigo, com um remédio diluído em taça de dry martini. 'Não precisa mais', disse. 'Agora eu devo protegê-lo'.

O monstro nunca foi tão grande assim.

Up é uma irresistível lição de amor e dedicação em pixels deliciosos, que dão vontade de dar a vida àquela pessoa, de achar a cachoeira mais selvagem, de cruzar o cabo Horn, de fincar os pés na Terra do Fogo só para mostrar que dedicação é o dia-a-dia.

Eles estavam no alto do mesmo morrinho, debaixo da mesma árvore, no mesmo cenário famoso por causa do casal de velhinhos irremediavelmente irresistíveis. Um piquenique sobre uma grande mesa de madeira carcomida, uma toalha que não cobria toda a tábua, um dia ensolarado, um lanche bom.

Foi nessa hora que um grande urubu surgiu do nada e ficou batendo asas brutalmente a poucos centímetros da mesa. Ele, coração disparado, dá um pulo da mesa e fraqueja. A mãe, intocável, não pisca os olhos, continua comendo.

Mais medo e mais sustos de coisas frívolas que a mãe. Nunca a perdoaria por ter sentido isso? Agora ele via. O começo de tudo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

1,2, 3













[espera]

terça-feira, 29 de setembro de 2009

exame admissional

médico cara de joelho, nome eslavo: "já teve alguma doença?"
.... grilos cantam ao fundo, um rolo de feno passeia atrás de mim....
Mim- Como assim, que tipo de doença?
"Qualquer uma"
Então é claro que tive. Fiquei resfriado muitas vezes. Ah, e tive várias dores de ouvido na infância.
"Algo mais?"
Apendicite, dor de cabeça, febre, disenteria, pedra no rim e azia. Ah, tirei dois sisos também.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

[você está aí.]

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ano da Índia

"Esta é uma tradição antiga e venerada pelo povo do meu país: começar uma história fazendo uma oração ao Poder Superior.
Imagino que Vossa Excelência também comece puxando o saco de alguma divindade. Mas de que divindade? As possibilidades são tantas...
Veja só: os muçulmanos têm um deus.
Os cristãos têm três.
E nós, os hindus, temos 36.000.000.
O que dá um total de 36.000.004 sacos divinos para Vossa Excelência e eu escolhermos.
(...)
Portanto, estou fechando os olhos, juntando as mãos num reverente namastê e pedindo aos deuses que lancem alguma luz sobre minha história sombria. Tenha um pouco de paciência, Mr, Jiabao. Isso pode demorar um bocado.
Quanto tempo Vossa Excelência acha que levaria para puxar 36.000.004 sacos?"


"O corpo de um homem rico é como um travesseiro de algodão de primeiríssima: branco, macio e sem marcas. O nosso é diferente. A coluna do meu pai era uma corda cheia de nós, daquele tipo que as mulheres usam, nas aldeias, para tirar água do poço; os ombros encurvados ao redor do pescoço, formando um relevo que parecia até uma coleira de cachorro; cortes, talhos e cicatrizes, como chicotadas em sua pele, percorriam seu peito e todo o seu torso, descendo até os quadris e a bunda. A história da vida de um pobre é escrita na sua pele, com uma caneta de ponta bem afiada."


"Isso é bem estranho: mate um homem e vai se sentir responsável pela vida dele - vai ficar até possessivo. Acabamos sabendo mais a seu respeito do que os seus próprios pais; estes conheceram o seu feto, mas nós conhecemos o seu cadáver. Somos os únicos a poder completar a história de sua vida; os únicos a saber por que o seu corpo foi levado ao fogo antes da hora, e por que os seus dedos dos pés se encolheram, lutando por mais uma hora na terra."


" - Pinky, isso era em Nova York. Não dá para dirigir na Índia; veja só esse trânsito... Ninguém obedece a qualquer regra, as pessoas atravessam feito loucas pelo meio da rua, olhe só... Veja isso...
Um trator vinha a toda pela estrada, soltando uma belíssima nuvem de fumaça de diesel pelo cano de descarga.
- E está na contramão! O motorista nem percebeu isso!
Eu também não tinha percebido. Bom, supostamente, devemos dirigir pela esquerda, mas, até então, nunca tinha visto ninguém tão aflito por causa dessa regra."


"Mr. Jiabao,

Quando Vossa Excelência chegar aqui, vão lhe dizer que os indianos inventaram tudo, da internet aos ovos cozidos e às naves espaciais, antes que os britânicos viessem roubar isso de nós.
Besteira. A coisa mais importante que se inventou neste país, nos seus dez mil anos de história, foi a Gaiola dos Galos.
Vá à velha Déli, atrás da mesquita de Jama Masjid, para ver como as aves são exibidas no mercado. São centenas de galinhas pálidas e galos de cores brilhantes, todos enfurnados em gaiolas de tela de arame, apertados ali dentro como vermes numa barriga, bicando uns aos outros, cagando uns nos outros, brigando só para arranjar um espaço para respirar. A gaiola tem um fedor impressionante, um fedor de carne emplumada e apavorada. Num balcão de madeira, por cima dessa gaiola, fica um jovem açougueiro sorridente, exibindo a carne e os órgãos de uma galinha recém-abatida, tudo ainda reluzente sob uma camada de sangue escuro. Os galos que estão na gaiola sentem o cheiro de sangue que vem do alto. Veem os órgãos dos irmãos ao seu redor. Sabem que serão os próximos. Mesmo assim, não se rebelam. Não tentam escapar dessa gaiola.
É exatamente a mesma coisa que se faz com os seres humanos neste país."



Do ótimo O Tigre Branco, de Aravind Adiga

terça-feira, 15 de setembro de 2009

do inferno

Ele não sabia como nem por que, mas sabia. Um vulcão destruiria a zona sul do rio de janeiro. toda a orla derreteria em questão de horas. acordou com esse pensamento, sem saber como nem por quê.

Não haveria escapatória, por causa sa geografia da cidade e a magnitude da erupção. Tampouco adiantaria avisar alguém - ninguém acreditaria. Então ele esperou o destino.

Entrou na sala de aula, era dia de simulado. Faltavam poucos minutos, mas o professor de geografia, que gostava dele, deixou que entrasse mesmo assim. Não encostou na prova. Ficava olhando o céu, esperando a nuvem de enxofre.

Não demorou 5 minutos. O céu ficou preto, enfumaçado. Em seguida, alaranjado. Você diz que sabia do que se tratava, uma erupção estava a caminho. Da janela da sala, enxerga uma bola de fogo derrubando um prédio como se fosse um castelo de cartas. Diz ao professor que não tinha cabeça para a prova, pede para sair e é liberado, sob um olhar de compaixão. Os outros estudantes, no entanto, deviam terminar o simulado, que era mais importante.

Pensa em ligar para ela para se despedir, mas não, se é para ligar pra uma pessoa, liga para a mãe. Ao sair, na calçada, de costas para ele, estava o Bruno, em sua cadeira de rodas. Ele o pergunta como estava a tragédia natural - agora como quem pergunta sobre uma chuva, não mais como se fosse o inferno de Dante de outrora. Ao que ele responde:
- Foi uma das explosões. O Centro-Oeste foi mais atingido pelos vulcões de lá. Parece que vai ter outra às 16h, essa sim vai ser forte.

Então havia uma chance de escapar! A premonição estava errada! Mas os fogos de artifício dentro da cabeça dele foram dissipados quando Bruno levantou da cadeira de rodas e começou a jogar bola. Suspeita. Chamou-o a um canto. As roupas estavam diferentes, mais folgadas, coloridas, estampas chamativas, mas sem nenhuma mensagem espertinha ou bem sacada, apenas a grife, direta, reta e enorme. Suspeita 2.
"Cara, será que a erupção já está no YouTube?"
- O que é YouTube?

Fodeu.

Então era isso. Ele era o efeito borboleta. Será que, além de poder escapar, ele poderia salvar, mudar alguma coisa, consertar as burradas acumuladas? O ano era 2000, as explosões nessa época foram realmente menos intensas, acabara de lembrar. Então, o que fazer para evitar estar ali em 2009?

As coisas podiam mudar, ser diferentes, o velho papo de destino foi para o espaço. Mas, ao entrar na garagem para sair logo dali, o calendário regressa mais uns 8 anos. E lá estava o menino Jason, esperando o ajuste de contas da infância. Na primeira investida do menino mau contra ele, não tinha jeito, era preciso eliminá-lo. Talvez de um jeito mais sutil e nobre, mas crianças não levam isso em conta. Após algumas perseguições numa sinistra garagem de prédio, ele usou uma lasca de tijolo para tentar cortar a cabeça do Jason. Porém, a iminente aparição de um grupo de meninas impediu a conclusão do rito macabro, e ele o abandonou ali, cabeça pendente, meio torta, uma enxurrada de sangue no chão escuro, cheio de pó e óleo, daquela garagem.

Subiu alguns lances de escada, viu de soslaio que o pequeno diabo permanecia de pé, andando moribundo. Temeu que ele não morresse e sofreria consequências pesadas. Esperou um tempo no topo do prédio. Desceu, viu alguns caras do trabalho em trajes escolares e esportivos. Todos tinham 10 anos, usavam tênis puma que não tinha cara de ser vintage, caro ou descolado - era o tênis do dia-a-dia. Eles o reconhecem, e você chama um antigo conhecido do primário:
- estava lá em cima esperando uns 5 minutos. você sabe que tentei cortar fora a cabeça do Jason, né? Ele morreu?
- Não. Aliás, você esperou 5 minutos, mas demorou 5 anos para trás. Estamos nos anos 80, e o Jason agora é aquela criança branca, cara de anjinho, brincando naquela turma.

Ele seria infernizado na escola. Ele sobreviveria à erupção de 2000. E, antes do derretimento total da cidade, ele faria uma série de coisas, muitas das qual se arrependeria, sim, porque quem não se arrepende de nada não tem alma.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

resenhas de uma frase só

'Sequestro do Metrô 123' mostra, nesses tempos meio keynesianos, a pouca diferença que pode haver entre especuladores da Bolsa e terroristas.

'Brüno' é o Borat mais escatológico, tão polêmico quanto e menos inteligente, porque consegue ser grotesco até para fãs de Hermes & Renato, mas tem o vácuo de críticas ácidas que o repórter cazaque não deixaria passar.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

napalm

De volta ao lugar onde se cantava o hino e hasteava a bandeira. sem atitude, sem iniciativa, contando com a proteção do velho e experiente coronel que alvejava inimigos a 300 metros de distância.

Mal conseguia discernir inimigos de aliados naqueles uniformes camuflados. quando localizava um, pestanejava em atirar, queria que ele saísse correndo pata não ter que matá-lo. mas isso é guerra.

uma granada é atirada na pedra em que ele e o coronel estão. o velho desaparece na penumbra, e ele se arrasta, a perna pesando como chumbo, e então se dá conta de que está ferido. "não tiraram o pino, a granada está desativada", gritam."bobagem, essa é contagem regressiva. Em 38s..." BAM

Sem olhar pra trás, segue mancando no fogo cruzado até ser amparado por uma jovem mulata, também fugindo. Ambos se escondem em um abrigo para orfãos negros, que está pessimamente localizado bem no meio da batalha. por alguns minutos, parecem a salvo. A moça que o ajudou decide voltar, mas ele, mesmo com medo de ficar sozinho ali, permanece.

uma grande luz branca brilha atrás do abrigo. parece um tanque ou um outro grande veículo blindado. No meio de dezenas de crianças negras, só resta a um adulto branco se fingir de morto. é oq se faz. Aquela policial durona e morena surge com os coturnos em frente à cara dele. Cutuca com o fuzil, pega pelo queixo, ele sabe q não consegue prender a respiração. Em segundos, seria executado - ou levado prisioneiro. mas não. Ela o largou e seguiu caminho.

finalmente, toma uma atitude e decide sair. encontra o Gustavo no local onde a bomba explodira. A noite se aproxima e, com ela, as horas mais mortais. "por isso eu durmo uma hora a menos no front", ele diz. fita-o como se fosse um retardado e o deixa ali.

"Ver Apocalypse Now do lado de dentro não é tão legal. Perdi a cena dos helicópteros porque estava com a cara enfiada na grama", pensa. Para salvar o pouco de honra que lhe restava, ele decide abandonar a batalha, saindo por onde entrou: o portão da escola

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

au au au

Husky falante e apaixonado. Saudade deles

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Enquanto eu reaprendo a pautar repórter e dar plantão, instituo o álcool na redação nova e vejo, de longe, eu pagando de bacana no Brooklyn nova-iorquino, na VIP, e na Patagônia argentina, na Brasileiros

Apesar dos erros de português e da foto desfocada que usaram, deu pra tirar uma onda com os 5 leitores da revista, todos estudantes de jornalismo, entre eles minha prima.

Beleza, hora de voltar à brincadeira que fazíamos há dois anos e que, descobri agora, virou tendência, segundo a intranet da firma: newsgame (notícia/informação+infográfico+jogo). Vai, Borat, animal, não adianta decorar mapas desde os 7 anos e colocar a Letônia em cima da Estônia. Volta lá, arruma e pede desculpa pros leitores nerds. High Five!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

421 - quem ri alto
422 - quem ri muito
423 - quem fala baixo
424 - quem ouve mas não escuta
425 - sabonete no fim
426 - acnes
427 - ralos entupidos
428 - toalha suja
429 - lençol que desprende da cama
430 - colchão muito duro
431 - colchão muito mole
432- coxão duro vendido como picanha
433 - chefs que se julgam artistas
434 - publicitários que se julgam artistas
435 - artistas que se julgam Deus
436 - pagamentos atrasados
437 - contas atrasadas
438 - fila de banco

terça-feira, 25 de agosto de 2009

1001 coisas para você se irritar antes de morrer

353 - Quem se refere à puxação de ferro na academia como "treino"
354 - Motorista de ônibus que se refere ao veículo como "carro"
355 - Analista de marketing, webmaster ou qualquer outro ser que se refere ao computador como "máquina"
356 - Fulano que se refere à mulher como "patroa"
357 - Apelidos de casal ditos em público
358 - novo ambiente de trabalho
359 - novo ambiente de estudo
360 - livros inacabados
361 - ver filme com sono
362 - lutar contra o sono
363 - fiscais de trânsito
364 - "fiscais de trânsito" no elevador e no hall de firmas grandes
365 - narguilé
366 - fãs xiitas da Apple
367 - fãs adultos da Pixar que manifestam isso efusivamente em público
368 - fãs de cinema francês que julgam ser impossível alguém de bom gosto não ver graça em Godard
369 - fãs xiitas de música brasileira
370 - quem leva a sério o rock brasileiro
371 - rock carioca
372 - paulistas se jogando na pista ao som de um funk antigo
373 - paulistas indies se jogando na pista ao som de um funk e achando que acabaram de descobrir a nova pérola
374 - cariocas em Maresias
375 - paulistas em Búzios
376 - argentinos em qualquer lugar acima de Salta
377 - turistas japoneses
378 - relacionamentos mal resolvidos
379 - garçons que atravessam a pessoa ao lado para te servir
380 - RSVP não respeitado
381 - penetras não convidados (sim, existem os penetras esperados, passáveis, e os não convidados, malas)
382 - mulher de tênis de corrida quando não está correndo
383 - unhas mal cuidadas
384 - traduções descuidadas
385 - atrizes famosas que não admitem o peso do tempo
386 - a tia que aperta sua bochecha toda vez que te vê quando estamos com 5 anos
387 - o tio que pergunta se você vai virar homem ou não quando estamos com 13 anos
388 - a tia que pergunta aonde foi parar aquela namorada bonitinha por que você não dá certo com ninguém? quando você tem 20 anos
389 - o tio que pergunta que rumo vai tomar da vida quando estamos prestes a nos formar, aos 22, 23 anos
390 - impedimentos morais
391 - discussões musicais
392 - dilemas sexuais
393 - engraçadinhos que gostam de falar com rima
394 - estradas de Minas Gerais
395 - pagode universitário
396 - forró universitário
397 - reggae universitário
398 - qualquer coisa universitária que não seja lança-perfume ou moças de valor
399 - ligar de casa para alguém e discar o zero antes do número
400 - tentar entrar em casa com o crachá
401 - sonhar com ex
402 - bolsas sob os olhos
403 - mulheres que não sabem combinar a roupa com a bolsa
404 - bolsa não é mochila
405 - mulheres que deixam de comer para comprar bolsa
406 - homens que abandonam as mulheres por causa de futebol
407 - mulheres que não sabem perdoar
408 - pessoas excessivamente dramáticas
409 - obcecados por altura
410 - crianças mimadas
411 - pais que não abrem mão de babás nem aos fins de semana
412 - quem não recolhe o cocô do cachorro
413 - pit bulls
414 - donos de pit bulls, na maioria dos casos
415 - lutadores que deturpam o jiu-jítsu
416 - lutadores que deturpam as orelhas
417 - iôgues com papinhos de energia, chacras e afins
418 - comer e ficar estufado
419 - não saber a hora de parar no rodízio
420 - não saber a hora de parar no open bar

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

eu não escrevo nada há dias e você continua entando aqui. Por quê? Por que esse silêncio?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

_ÊÊÊÊ desperdício de água!
_AH, não me enche o saco! Eu tô tirando o cocô do cachorro!
_Então usa o jornal!
_Vá se foder, ô. A água é minha!
_Água é uma só, queridão!
_Ah, vai tomar no meio do seu cu, filho da puta!

[nessas horas, faz toda a diferença você ouvir a Bille Holiday cantando "It had to be you" em vez de um Metallica surrando o ouvido.]

_ei, branquelo, volta aqui!

[nessas horas, você pensa por que cazzo está aqui em vez de estar em alguma camada derretida de gelo]

_ÔÔ, volta aqui!


[vou voltar pro gelo. questão de princípios]

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

o escafandro a borboleta e outros bichos tristes

Um derrame o faz escrever um livro com uma só pálpebra e, enquanto ela não vem, por medo, você percebe o que vale a pena no fiapo de vida que resta.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

[eu ainda vou andar de balão. e ver a aurora boreal. e fotografar flamingos. e andar de lambreta.]

quarta-feira, 29 de julho de 2009

E eles se foram

via nois [até agosto]

quinta-feira, 23 de julho de 2009

meu sensacional perfil de Raquel Zimmermann

Loira aguada parecida com a Lady Gaga, Raquel Zimmermann é a top #1 do mundo. Hospedada no Emiliano, na Oscar Freire, um hotel tradicional que foi reformado recentemente e tem, no hall, um enorme casulo de uma borboleta gigante que nunca vai sair de lá, porque ela prefere viver assim, escondida e sofrida.

Igualmente cor de pérola, assim como quase tudo lá, o bar tem uma bancada com uma única e contínua prateleira, cavada na pedra. Ela fica recheada de livros, protegidos das garrafas e dos copos pela própria bancada.

Quero um assim na minha casa. Álcool e papel. E só.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

por que por que por quê?

Três propostas de emprego em uma semana? Ai, essa crise mundial.

Por que é tão ruim decidir? Por que nessa semana?

Por que o futuro sorri? Por que o passado é triste?

Por que faço tantas perguntas? Decide pra mim?

ouié

derrota

os colegas de trabalham se dividem entre os que assistem somente e os que incentivam. Você contra ele, um deles, na rua. Você o acerta na cara, ele cai, você vai para cima, ele o acerta no nariz, você sangra e sangra e sangra e usa isso para tingir a repugnância da cena. Soca-o até o fim, até ele cair desacordado, inconsciente e irreconhecível em meio à poça do seu sangue misturado ao dele.

Com olhar louco de endorfina, você veste o capuz, sujo de sangue, segue seu caminho, deixa o colega quase morto no chão, entra numa sala e envia um imeio. Um sujeito enorme, 2 por 2, arranca o computador da sua mão, mas não a tempo de impedir que a mensagem seja enviada. Ele o encara, você afina e se retira, furioso consigo por não ter mais a fúria animal de 10 minutos atrás. O mesmo cara implica com outro menor, arranca-lhe o boné, e você conclui que é melhor sair dali.

Retorna ao seus, vê o colega acordando e sendo tratado. Ninguém o julga, ninguém fala nada, ninguém comenta. Sente vontade de ir a ele, pedir desculpas e dizer que exagerou.

Mas antes de chegar a ele você acorda e narra na terapia mais um violento episódio mental, agora inspirado em Clube da Luta, que é ótimo, e Irreversível, que é uma bosta.

E você ouve: "você derrubou muito sangue. Muito sangue seu."

É

literatura, enfim

"Era cerca de 11 horas. A rua estava relativamente escura; pessoas caminhavam por todos os lados, aos pares, em silêncio, ou em grupos ruidosos. Começara o grande momento, a hora da junção macho-fêmea, em que o tráfico secreto alcança o apogeu, e se esboçam aventuras alegres. Saias roçagantes, aqui e ali um riso breve e sensual, seios buliçosos, hálitos violentos, arquejantes; em frente ao Grande Hotel, ma voz chamando: 'Ema!' Toda a rua era um brejo de que emergiam vapores cálidos."

"Santo Deus, em que triste estado me achava! Sentia-me tão profundamente desgostoso e fatigado por toda essa vida miserável, que já não me parecia valer a pena lutar em sua defesa. A má-sorte vencera, e fora demasiado rude: eu era apenas uma extraordinária ruína. Os ombros, pendidos, achatavam-se inteiramente para os lados; adquirira o costume de andar o mais curvado possível, a fim de proteger o peito. Uma dessas tardes, no quarto, passava o corpo em revista, e chorava com pena dele, durante todo o tempo. Havia semanas que usava a mesma camisa, dura de tanto suor ressecado, a ponto de me ferir um umbigo. Escorria da chaga um líquido sangrento; não era doloroso, mas afligia ver aquela ferida bem no meio do ventre. Não tinha remédio para ela, e não se fecharia por si só; lavei-a, enxuguei-a cuidadosamente e tornei a pôr a mesma camisa. Não havia nada a fazer. [...] Gostaria tanto de morrer."

Knut Hamsun, Fome

[eu não.]

terça-feira, 21 de julho de 2009

o melhor da Patagônia



via eu

domingo, 19 de julho de 2009

estou aprendendo a dormir de lado

[só pra você ver]

quarta-feira, 15 de julho de 2009

hoje tô pra falar de editor

(...) A Kapuscinki, um dos funcionários do palácio mostrou trechos da autobiografia de Selassié que, segundo ele, mostravam o desenvolvimento que o imperador trouxe ao país. Selassié aboliu o costume do “olho por olho, dente por dente” e instituiu a pena de morte. Proibiu o tráfico de escravos - em 1950. Extinguiu um método de localizar ladrões considerado obsoleto, a feitiçaria. O súdito frisou: “somente quando o senhor puder imaginar como era viver num país assim é que se dará conta das mudanças introduzidas pelo venerável amo.”

Isso eu não teria cortado. Mas preferiram chamar o cara de sanguinário. E a vontade de continuar escrevendo para História continua ladeira abaixo.

Eu acho meio patético ficar postando as próprias matérias, mas quando menosprezam o cuidado que você tem em, por exemplo, tentar contextualizar o que significava um imperador divinizado e centralizador em um país recém-saído do Neolítico para, em vez disso, frisar que ele nunca tinha fumado maconha, é brochante.

Kapuscinki sim era o cara. Ele tinha tantos golpes de Estado no bolso quanto Talese tem ternos.

meninas cisnes

(...) Nos backstages, onde o acesso à imprensa é permitido, mas controlado, elas mudam o semblante quase que automaticamente ao sentir a aproximação das câmeras. São poses ensaiadas à exaustão, que as tornam ainda mais fotogênicas sob qualquer ângulo. Mãos, cinturas, queixos, sobrancelhas e tornozelos recolocados unicamente para mais uma foto e outra e outra. Elas sorriem e são atenciosas. São paparicadas bem menos do que se imagina. A silhueta longilínea somada ao jeito de olhar para frente, sempre, sem nenhum obstáculo visual que não seja um semelhante - pois todos a sua volta são mais baixos - causam a impressão de que elas pertencem a uma hipotética raça diferente, bela e arisca. Quando montam no salto-alto, então, essas meninas cisnes tornam-se de vez as criaturas de maior atração do espetaculoso circo fashion. (...)



rá, óbvio que foi cortado. Eu cortaria.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

mico 2

Não tenho saco para ioga. Primeiro porque esse papo energético nunca me atraiu de maneira séria, segundo porque tenho medo desse pessoal se contorcendo todo até praticamente achatar o... saco...

mico 1


"Felipe, que tal participar da Patrulha da Moda da Abril? Venha bem largado, sujinho, para a mudança ficar mais visível"

E aí eu fui convidado a cair nessa furada, vista por toda a firma na intranet. Motivo de piada por quase uma semana, tenho que dar a cara a tapa ao visual "Frodo". Eu escolhi, e quem criticou não sabe de nada de moda. blé

já passou, a barba voltou e o corte com assinatura Di Biaggi está se perdendo. valeu o mico, antes de encarar 20 magrelas de Fashion Week

terça-feira, 30 de junho de 2009

raios lampejantes e certeiros destroem o galinheiro, atingindo galinhas e pintinhos. As aves crescem seis vezes de tamanho e se tornam agressivas, avançando velozmente sobre os camponeses. Depois, seu primo vira um canibal e ataca sua perna. Revoltado, você briga com sua tia e joga na cara 7 anos de mágoas.

* * *
Ando dormindo tão mal que fiquei feliz de ter conseguido sonhar isso hoje. Sonhar virou luxo. Não quero ter que começar a tomar remédio.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

finlândia

"A Casa de Pedra é envolta em uma lenda que diz que sua construção foi obra de um apaixonado. O homem fez a casa porque a amada condicionou a viagem ao Brasil se aqui ganhasse um castelo só para ela. Colhendo pedras do rio e pedindo um pedágio, também em pedras, aos amigos que chegavam para uma sauna, ele conseguiu erguer não um castelo, mas um respeitável sobrado. A moça, no entanto, nunca veio. Dizem que desistiu no meio do caminho ao cair de amores pelo capitão do navio."


Homens apaixonados fazem o mundo girar

domingo, 21 de junho de 2009

"eu gosto dele assim"

"Mãe, você escolheu isso quando largou seu casamento e pulou no carro do papai. Você tem que amá-lo pelo que ele é, não pelo potencial dele."

Californication, a série dos homens apaixonados que só fazem merda na vida para conquistar e reconquistar suas garotas, está de volta, finalmente.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Então eu vou aprender a fazer origami e bichos de balão para contar histórias para crianças. gostei. muito mais legal que ser modelo por um dia

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Bela Adormecida não acordou e tudo a sua volta morreu aos poucos até o fim



Via um dos vários blogs e twitters e orkutes que eu administro

CVs

"não sabe conjugar verbo. tem pele muito seca. não lava o cabelo direito. tem um cotovelo feio. tem pé mal cuidado. só fala de um assunto. é deslumbrada. usa aquelas meias coloridas debaixo da saia. usa tênis de corrida. usa perfume forte. faz sexo tão bem quanto um barril. deixa muita comida no prato. não tem compostura. tem mais cravos que nariz. fala muito do passado. diz que é independente. E liga toda madrugada só para encher um pouquinho mais o saco. fica bêbada de maneira inconveniente. abusa das cores. abusa da carência. abusa da paciência. beija como se ainda tivesse 14 anos. é flácida onde não poderia ser. tem tornozelos largos. joelhos largos. bafo de cigarro. pouca boca. pouco peito. pouco charme. poucos valores. pouca vontade. pouco tudo."

WP

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A maior fronteira da França não é com a Alemanha

...Mas com o Brasil, no Amapá, com a Guiana Francesa. Essas e outras idiossincrasias na que ajudam a explicar por que talvez Obamanation não vá sair do Iraque tão cedo. Primeira matéria em muito tempo que leio até o fim na internet. Na Newsweek

pausa para o almoço

326 - vegetarianos engajados
327 - vegans que comem soja
328 - ciclistas engajados
329 - ciclistas que se julgam melhores que motoboys
330 - rarecríchinas que se acham amigos de todas as criaturas
331 - teatro de rua
332 - promovedores do teatro de rua
333 - ideologias de atores
334 - mãos sujas
335 - Teatro Mágico
336 - Deus meu, os fãs de Teatro Mágico, o Los Hermanos no picadeiro (em homenagem a 2007)
337 - Mallu Magalhães, o Felipe Dylon indie (em homenagem a 2008)
338 - motivos étnicos ou religiosos transformados em moda
339 - homofóbicos mal resolvidos
340 - homossexuais mal resolvidos
341 - postes cheios de fios
342 - aparelhos cheios de fios
343 - fios embaralhados
344 - relacionamentos embaralhados
345 - baralho
346 - fanáticos por jogos de cartas
347 - o novo e sensacional jeito de ganhar dinheiro na internet
348 - viciados em usar seu Blackberry
349 - quem diz que nunca faz planos porque a vida acontece quando estamos fazendo-os
350 - frases feitas em propagandas de banheiro de bar
351 - a segunda ida ao banheiro no bar, que é sempre 5 minutos após a primeira
352 - propagandas em mictórios, mesinhas e janela de avião, camisinha de cerveja e qualquer outra "nova mídia"

segunda-feira, 15 de junho de 2009

escrever dói


mas vale a pena ser servente de pedreiro.

vi aqui, ó

sábado, 13 de junho de 2009

avô pergunta

"O que é mais importante, o primeiro ou o último amor? Eu já sei a resposta, mas daqui a uns 40 anos, quando não estiver mais aqui, você me responde."

Faz 14 graus. Mais vinho, por favor.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

pois que venha

Fashion Week, Cat Power e Beirut, só para começar.

vem comigo?

é

engraçado como você pode ir até a putaqueopariu e dar de cara com tudo aquilo que não queria encontrar. Bem, não é engraçado, não na hora em que você se depara com um fantasma. Fantasmas não morrem, e a gente aprende isso com 3 anos, não em 3 anos. É tipo cobrador de imposto, fariseu, que surge do nada cobrando coisas que você nunca imaginou, exigindo saber algo que você não faz ideia de onde surgiu. E você, pobre camponês, não tem mais suspensórios para segurar as calças, não tem mais nada para se segurar. E você cai. É fisco. Confisco. Depois levanta, e segue em frente, enfim.

é. não é nada engraçado. Pobres camponeses iranianos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

1000 coisas pra te irritar antes de morrer

303 - playboy de faculdade pública
304 - playboy de faculdade pública apoiando greve sem motivo nobre
305 - pessoas narcisicamente populares na internet
306 - quem não usa desodorante
307 - verrugas
308 - propagandas antigas usadas sem critério de decoração
309 - saudosistas extremos
310 - quem fala "é o que eu digo"
311 - quem fala "eu costumo dizer"
312 - quem fala "eu tenho uma frase que define bem isso"
313 - quem se referea a si mesmo na 3ª pessoa
314 - caixa de balada que acha está fazendo um favor por aceitar seu pagamento
315 - taxas de cartão de crédito
316 - picuinhas
317 - buracos nas calçadas
318 - buracos nas ruas
319 - buracos na cara
320 - micareteiros que colecionam abadás
321 - micareteiros que estão curtindo a vida
322 -micareteiros
323 - novos amigos da rave
324 - quem "samba" na rave
325 - fanáticos por raves

quarta-feira, 3 de junho de 2009

en.fim

ele surgiu, inseguro, olhos frágeis.
ela olhou, sem entender. Olhou de novo.
Ele não prestou atenção, como sempre. Apesar do dourado infinito cor de mel do sorriso dela.
Ela olhou de volta, até que a força daqueles olhos verdes encontrasse a mesma segurança nos iguais dele.
E foi assim: ele piscou, andou, falou. Ela olhou, olhou, ouviu. Sorriu.

O beijo veio como alívio
a solução como antídoto.

Três anos depois, deixou a sombra e o cabelo preto dela.

terça-feira, 2 de junho de 2009

por que meus filhos serão vegetarianos

Ou pelo menos não serão estimulados a comer carne.

Fazendas de corte bovino ilegais, ligadas a escravidão, presença em terras indígenas e, claro, desmatamento na Amazônia, fornecem couro à queridinha Adidas. Documento inédito do Greenpeace

sábado, 30 de maio de 2009

você passa por um homem deitado, desmaiado, morto, vá saber, com uns tantos de pingos de sangue o cercando. você olha. há pessoas ao redor dele, falando. você se digna a retardar o passo, tirar um dos fones, ver o que está acontecendo. você pensa "ah, as pessoas estão cuidando do cara", "bom, é um mendigo, mendigos fazem isso"e "o que eu posso fazer?"tudo junto e segue seu caminho.

25 passos depois você pensa que é mais um daqueles sujeitos que fazem a sua cidade ter uma fama fria, egoísta e triste. você tenta fazer algo. liga para o samu. explica a situação. ouve da mulher que não, não há nenhum chamado para a esquina citada. Tá, mas e daí? E daí que se ela não souber exatamente o que está acontecendo, ela não pode mandar uma ambulância. você não é médico, não é enfermeiro, não é paramédico. então você reza, quase impotente, para que alguém cuide daquela criatura largada.

você fez alguma coisa.

sempre dá para fazer alguma coisa.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

o primeiro filme alugado foi 3 Enterros.
Já nos morremos 3 vezes.
já relembramos 3 noites
falta vivermos 3 vidas.



aqui, um documentário dos 70's com "Emotion 98,6", do Mylo. Ali, "walk into the sun".

terça-feira, 26 de maio de 2009

quando eu morrer...

não sei se terei gente suficiente para carregar as alças do caixão.
Então melhor ser cremado, que é ecologicamente mais correto.

Não, os Wright mortos no acidente aéreo em Trancoso não são parentes. Mas obrigado a quem demonstrou preocupação.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

atualizado

De hoje a 3 de abril, a firma vai manter uma caixa de doação às vítimas das chuvas no Nordeste e no Norte.

amém.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

hipocrisis brasilis

eu falei com 3 pessoas do RH da firma que, pelo o que me contaram, foram responsáveis pela bela campanha de arrecadação de alimentos e roupas para as vítimas das enchentes de Santa Catarina ano passado. Coisa bonita de se ver, todo mundo esvaziando os armários e enchendo caixas e caixas, que entupiam e vazavam de mantimentos pelo hall do prédio.

Mas aí, desde maio, no Nordeste e no Norte, enchentes já deixaram oito estados em calamidade pública e desalojaram 200 mil pessoas. Dezenas de mortos. Uma catástrofe ainda maior. Não vi nenhuma campanha na rua. Aí resolvi falar com essas 3 pessoas, para saber se a firma faria algo. Tive a mesma resposta das três. Silêncio.

Beleza, já esperava. Nordestino tem mais é que se foder. Então, procurei a paróquia do bairro, que também organizou doações e entupiu caixas e caixas. Pelo menos deles eu tive uma resposta. Não haverá caixas, pois as doações estão sendo centralizadas por uma instituição, e devem ser feitas em dinheiro.

Até para a galera de New Orleans tinha doação. Não tem desculpa pra não mandar um caminhão de roupa pro Maranhão. Não, não, não.

É uma merda. Mas dá para fazer alguma coisa. A Cáritas, que até onde sei é séria, assumiu a parada. Mais detalhes aqui.

caixa vazia dói.

consuma

Talvez você não devesse comprar

Uma compilação de coisas inúteis já lançadas. Vi no blog do chefe

domingo, 10 de maio de 2009

patetada

"filme" 1 - um casal num conversível para no sinal, a trilha sonora é um baixo jazzístico brega de voz rouca. um carro para ao lado e, do nada, o motorista do conversível percebe que sua mulher o trocou pelo motorista misterioso do vigoroso veículo negro. E se despede, assim.

"filme"2 - roda de samba com ator global "tocando"famosas sandálias de borracha brasileiras. Riponga mala aparece, chama a atenção da crise global, da preocupação geral, da tensão anormal e outra rima, quando a turma a ignora e volta pro sambão, brindando o marasmo e a alienação.

fazia tempo que não via algo tão edificante e que refletisse tão bem a gente. Tão bonito quanto a ausência total, o silêncio absoluto de campanhas de ajuda às vítimas das enchentes lááá no Nordeste. Pra quê, né, Cauã? Pra quê? Tragédia lá longe não é assim de importar tanto, eles já estão acostumados. Além do mais, não atrapalha o caminho pra Jurerê Internacional.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Nerudão e o pé, Neruda e o pão

Quando não posso contemplar
o teu rosto,
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros.

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada púrpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

se se inchasse um tanto
o vácuo de dentro ficaria menor.
As bolhas das Marianas morrem em si lá no fundo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

moby + david lynch

play mulholland drive

terça-feira, 14 de abril de 2009

to zen, to zen

253 - nariz pingando
254 - nariz sangrando
255 - quem funga alto em público
256 - quem ronca alto em público de no mínimo uma pessoa
257 - cravos
258 - oleosidade
259 - seguranças de balada
260 - fila de balada para comprar fichas
261 - fila de balada para pagar a conta
262 - cheiro de cigarro na roupa
263 - ouvido entupido
264 - restaurantes barulhentos
265 - garçom que tira o copo antes de você terminar
266 - aquela coceira em locais incoçáveis em público
267 - quem palita os dentes em público
268 - quem palita os dentes em público fazendo uma conchinha com a mão
269 - quem limpa o nariz em público
270 - gente do twitter
271 - gente do blackberry que assina imeio com "enviado do meu blackberry"
272 - o último estúpido que virou sensação no YouTube hoje de manhã
273 - excursões
274 - guias turísticos com textos adjetivados ultradecorados
275 - quem acompanha diariamente a cotação do dólar
276 - quem acompanha diariamente a tábua de marés para "descer no fim de semana"
277 - quem acompanha diariamente a previsão do tempo
278 - quem acompanha diariamente o horóscopo
279 - quem pergunta seu signo e interpreta toda a sua personalidade meio segundo após a resposta e demonstra o diagnóstico com um sutil levantar de sobrancelhas
280 - velhos dirigindo
281 - "Eu poderia estar roubando..."
282 - fanáticos por chocolate
283 - fanáticos por terapia
284 - cosplay
285 - quem começa toda frase com "tipo"
286 - "Àqueles que não puderem contribuir, agradeço mesmo assim"
287 - paulistas que começam toda frase com "então"
288 - newsletters
289 - mala-direta
290 - malas de mão
291 - preencher cadastros
292 - big brothers que lembram que "o Brasil inteiro está assistindo"
293 - big brothers que lembram que estão "jogando o jogo"
294 - Pedro Bial
295 - poesia de jornalista esportivo
296 - Net, Tim, Telefônica e quem mais quiser fazer seu dia feliz no 0800
297 - ah, claro, o atendimento eletrônico descolado e amigão da Net. Se não conhece, liga lá
298 - as tendências da MTV
299 - a caretice do Multishow
300 - propaganda de creme dental
301 - cadeiras de plástico que não na piscina
302 - novas fotos no orkut

terça-feira, 7 de abril de 2009

UHT-CTI

Doutor, e esse calombo?
Você fez o exame, não? Então não é nada, relaxe.
É, fiz, passei as pomada e tudo.
Que pomadas? Você não entrou aqui?
Er, não. Tinha que?
Sim, caralho. Agora você pode estar aí mal e a gente aqui, batendo papinho.
Eu, aí?
Sim, vem, dá a cabeça aqui.
Sou claustrofóbico.
Tudo bem.
Sou claustrofóbico.
Isso é o de menos.
Sou claustrófóbico.
.
Sou claustrofóbico.
Pronto, já está saindo. Larga de reclamar.

E então?
É, você está mal.
Câncer, né?
Ié. Uma semana. Comece a se despedir. Mal aí.

O calombo cresceu, doeu, se espalhou, deixei minha caixa de figurinhas para o irmão mais novo, os times de botão para o do meio e as fazendas em Mato Grosso do Sul para meus pais. Dela, só consegui roubar três lágrimas, pelo menos na minha frente.

Aí eu acordei, lavei o rosto e instalei meu novo abajur, uma caixa de Longa Vida.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Wii graffitte

Se não for pegadinha de 1º abril como o Rock Band com berrante alpino, o videogame mais legal do mundo tá cada dia mais legal:


WiiSpray Teaser from Martin Lihs on Vimeo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dr. Evil mora em Roma

Depois nego não entende por que o Berlusconi é o maior estadista do nosso tempo. Yes, he can!

segunda-feira, 30 de março de 2009

filmes nas férias

Clint Eastwood rosna, e você aprende a ser homem para depois merecer levar a vida num Gran Torino.

Quem Quer Ser um Milionário é um grande videoclipe de curry no lixão e incensos de economia emergente que enfeitam uma história absurda e deliciosa, daquelas que só não gostam aqueles seres estranhos que também não gostam de pizza, sorvete e cachorros.

Watchmen tem mais neurônios que a média dos filmes de herói, mas essa ladainha de destruição do planeta já está mais batida que a Guerra Fria, sem Richard Nixon.

Harvey Millk era um cara legal, assim como sua época, mas, de novo, Gus van Sant preferiu contar a história de um jeito menos bacana como poderia ser.

quarta-feira, 4 de março de 2009

fui pra patagônia caçar pinguins

Em 1050, no entanto, o monge inglês Oliver de Malmesbury tentou voar com asas de madeira e tecido. Morreu na queda.

Padres e sua mania de voar.




quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

irritando em 2009

203 - roupa manchada depois de lavar
204 - manchar roupa com bebida
205 - correntes de imeio
206 - mensagens fofas de power point
207 - mensagens catastróficas de power point
208 - tios usando imeio
209 - o power point
210 - o pacote Office
211 - assinar cheques
212 - ex-Big Brothers
213 - falar de Big Brother não vale
214 - renovar documentos
215 - cruzar com colegas no corredor do trabalho
216 - cruzar com colegas no corredor do trabalho 5 minutos depois e não saber como cumprimentá-los
217 - quem solta sonoros gases no banheiro público do lado de fora das cabines fecais
218 - 'cheiro bom' no fim
219 - propaganda de produtos intestinais
220 - propaganda traduzida para o Português
221 - a nova teoria da conspiração
222 - numerólogos
223 - quem acredita em numerólogos
224 - viciados em séries
225 - séries paranormais
226 - cenas de ação na tevê brasileira
227 - telejornalismo brasileiro
228 - jornalismo colaborativo
229 - o futuro da imprensa escrita
230 - cruzeiros universitários
231 - psy trance
232 - blogs que se julgam relevantes
233 - pessoas que se levam a sério
234 - pessoas que se levam a sério a ponto de pôr currículos pedantes no perfil do blog
235 - verrugas
236 - listas de tudo
237 - revoluções estudantis
238 - secretárias preguiçosas
239 - pessoas do bem
240 - ressaca
241 - óculos escuros em ambientes fechados
242 - reunião
243 - uma chuvinha nas costas
244 - passado de atual
245 - presente de ex
246 - arquitetos geniais
247 - escritores geniais que só você não conhece
248 - quem não gosta de pizza
249 - spams torpedos
250 - spams vírus
251 - spams no Orkut
252 - vítimas de spams

Wallace Polga

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button é a elipse temporal da vida na morte e da morte na vida, mas a principal mensagem é que, na maioria das vezes, bebê é um bicho muito feio.

A Troca é um pastelão dramático policial que deixa as burradas do Gate parecendo brincadeira de criança (sem o perdão do trocadilho) perto das da LAPD - e tem Angelina gritando desafinada.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

sobre chapéus

The rules governing the doffing of hats are as odd and anachronistic as the people who still insist on wearing them. We do have room, however, for one hard-and-fast rule: Hats should always be removed in public spaces, like the elevators in department stores. (As a sign of respect to the ladies, naturally.)

Nick Sullivan, na Esquire. Em 1930? Não, hoje.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

la fiesta del verano


Imagina o tamanho da minha festa de casamento? Eu deveria ser promoter mesmo. (clica na imagem pra ver a arte do Mateus)

preguiça de gente

A onda agora é ser scoopie, ou scuppie, sei lá. Ainda sou mais Snoopy


Mais Peanuts

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

banalizamos tudo

apaixonar-se é banal, separar-se é banal
xingar no trânsito é banal.
drogas são banais. Casamento, aborto,
divórcio, terapia, meditação, trocar de religião.
Academia, plástica, ecstasy, pó, pós, MBA.
Uma visita ao shopping, um tapa no guarda-roupa.

Os valores estão na Real Academia do Tríceps Trincando.

Reciclar lixo é banal. Reciclar namorado, amante, P.A., psiquiatra.
O pastor da vez, a dieta do mês.
Frívolo, efêmero (Polaroid tem mais charme. Looomo)

A grande micareta da auto-ajuda demodè.
Colaborar com ONGs é banal, creches e quermesses são banais.
Banal é ser políticoétnicoculturalsocioeconômicoreligiosamente
c-o-r-r-e-t-o.

E banal é um saco (jura?)


Por que, então, Deus meu, não vivemos de vez a novela da vida real e banalizamos
O CHAMPANHE?

----
por uma vida menos ordinária, mais cafona e com bolhinhas até no café-da-manhã

(Pra Serena, que é dia dela)

verão 09

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

o trema ainda treme

Mr. Magoo não viu a morte quando teve a ideia heroica de realizar um voo sobre a Coreia em chamas. Ao decolar de Nagoia rumo à península em guerra, ele levou consigo apenas uma cesta com peras, fonte de potássio e amigas dos intestinos. Disse à mulher, Doroteia, em prantos, mergulhada na feiura da velhice sombria que trouxera do vale do Mississipi:

- Não me magoo por deixá-la. Amo-a como a amei, lá em Colorado Bay. Mulher, apazigue suas lamúrias e me traga um par de camisas polo, porque não quero parecer malsucedido, nem malnascido, ao descer na Coreia. Minha autoestima precisa estar inabalável quando pousar naquela terra pouco multirracial.

A mulher conteve as lágrimas e caminhou na velocidade de jiboia ferida que mexera com os brios do velho 134 anos antes. Ainda tinha pernas rijas, exibidas garbosamente, sem medo de ser ridícula, sob a minissaia comprada numa loja meio século antes.

- Ande, mulher! Não existem sistemas políticos semirrígidos! Precisamos derrubar os comunistas!

Ela não apressou o passo. Entrou na casinha isolada em que viviam, ladeada pela humilde pista de decolagem do marido, e preparou a mala para seu homem. Incluiu, sem falar a ele, alguns anti-inflamatórios, creme para pele extrasseca, linguicas pré-aquecidas no micro-ondas e um autorretrato que ela havia feito quando completaram dois anos juntos.

- Para, vai. Você não precisa ir.
- Não fala assim que você me dá enjoo.

Eles veem um ao outro. Têm as rugas de uma uva-passa no coração. Mas ainda se desejam com fervor e louvor.

O velho Magoo enxaguou o rosto, deu um abraço na mulher, disse a ela para ficar tranquila e se despediu.

Foram 88 horas de viagem panceleste, que poderiam ser muito menos, mas Mr. Magoo sempre foi piloto comedido em seus voos. Quando chegou nos arredores de Seul, as tropas do norte avançando sobre o sul, pousou em segurança numa pista clandestina. Comeu seu sanduíche de linguiça com pera e caiu estatelado no chão, morto ao lado da boia semirregurgitada.

Rodeando o cadáver de Magoo, o motivo de sua morte instantânea, a visão sobre-humana que tivera no instante final, o suprassumo da demência ultrainterina. Pinguins sem trema e virgens sem hífen. Ou melhor, sem hímen.

olhem pra mim

Bolívia e Venezuela romperam relações com Israel. Hmmm, alguém ficou sem dormir ontem em Tel-Aviv... Agora é que a Odebrecht tá no sal, coitada.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

E de repente tudo ficou pequeno

e você não xinga mais o motorista da kombi estatelado em cima da faixa de pedestre
não tem mais vontade de dar uma chinelada no garçom de tênis que te trata como um brother naquele restaurante "dois garfinhos"
não sente que está perdendo seu tempo numa profissão de importância marginal na sociedade
não se irrita com o copo vazio de cerveja quente

sim, elas estão aí, as 1000 coisas para te irritar antes de morrer. Mas, de repente, elas ficam pequenas.

assim.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

em 2009

mais cerveja, menos ressaca
mais livro, menos internet
mais música, menos celular
mais sol, menos teclado
mais abraço, menos elevador
mais vidaboa, menos vidaloca.

mais pé na areia, menos sapato
mais pé na grama, menos meia
mais melanina, menos olheira
mais bicicleta, menos carro
mais colheita, menos daninha.

mais salada, menos drogas
mais amor, menos sexo
mais poupança, menos gastança
mais cafuné, menos buzina
mais chá, menos Doritos.
Mais do mais, mas um pouco do menos
Porque ninguém é de ferro.

Mais jazz, menos indie
Mais Macy, menos Amy.




* * *
E isso é pra vocês entrarem no clima

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

a trilha 09

Flerte com hip-hop não tem jeito, trilha do verão tem uma cara de Harlem de chapéu. Estelle e Pharrell, só pra provar que, sim, ele existe, semelhantes brancos do roque - o hip-hop bom, além da limusine e do silicone.


Dá um tempo que o roteador tá embaçando

o vinho na sarjeta

às vezes você precisa virar do avesso para as coisas voltarem ao normal.
e isso é bom.

Se no Réveillon, enfie o dedo na goela. Ou use o celular. Alguma mensagem vai acertar o lugar certo.

TIM, o seu cupido todos os meses num envelope em cima do capacho.