Doutor, e esse calombo?
Você fez o exame, não? Então não é nada, relaxe.
É, fiz, passei as pomada e tudo.
Que pomadas? Você não entrou aqui?
Er, não. Tinha que?
Sim, caralho. Agora você pode estar aí mal e a gente aqui, batendo papinho.
Eu, aí?
Sim, vem, dá a cabeça aqui.
Sou claustrofóbico.
Tudo bem.
Sou claustrofóbico.
Isso é o de menos.
Sou claustrófóbico.
.
Sou claustrofóbico.
Pronto, já está saindo. Larga de reclamar.
E então?
É, você está mal.
Câncer, né?
Ié. Uma semana. Comece a se despedir. Mal aí.
O calombo cresceu, doeu, se espalhou, deixei minha caixa de figurinhas para o irmão mais novo, os times de botão para o do meio e as fazendas em Mato Grosso do Sul para meus pais. Dela, só consegui roubar três lágrimas, pelo menos na minha frente.
Aí eu acordei, lavei o rosto e instalei meu novo abajur, uma caixa de Longa Vida.
terça-feira, 7 de abril de 2009
UHT-CTI
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sonhos bizarros
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