quarta-feira, 29 de julho de 2009

E eles se foram

via nois [até agosto]

quinta-feira, 23 de julho de 2009

meu sensacional perfil de Raquel Zimmermann

Loira aguada parecida com a Lady Gaga, Raquel Zimmermann é a top #1 do mundo. Hospedada no Emiliano, na Oscar Freire, um hotel tradicional que foi reformado recentemente e tem, no hall, um enorme casulo de uma borboleta gigante que nunca vai sair de lá, porque ela prefere viver assim, escondida e sofrida.

Igualmente cor de pérola, assim como quase tudo lá, o bar tem uma bancada com uma única e contínua prateleira, cavada na pedra. Ela fica recheada de livros, protegidos das garrafas e dos copos pela própria bancada.

Quero um assim na minha casa. Álcool e papel. E só.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

por que por que por quê?

Três propostas de emprego em uma semana? Ai, essa crise mundial.

Por que é tão ruim decidir? Por que nessa semana?

Por que o futuro sorri? Por que o passado é triste?

Por que faço tantas perguntas? Decide pra mim?

ouié

derrota

os colegas de trabalham se dividem entre os que assistem somente e os que incentivam. Você contra ele, um deles, na rua. Você o acerta na cara, ele cai, você vai para cima, ele o acerta no nariz, você sangra e sangra e sangra e usa isso para tingir a repugnância da cena. Soca-o até o fim, até ele cair desacordado, inconsciente e irreconhecível em meio à poça do seu sangue misturado ao dele.

Com olhar louco de endorfina, você veste o capuz, sujo de sangue, segue seu caminho, deixa o colega quase morto no chão, entra numa sala e envia um imeio. Um sujeito enorme, 2 por 2, arranca o computador da sua mão, mas não a tempo de impedir que a mensagem seja enviada. Ele o encara, você afina e se retira, furioso consigo por não ter mais a fúria animal de 10 minutos atrás. O mesmo cara implica com outro menor, arranca-lhe o boné, e você conclui que é melhor sair dali.

Retorna ao seus, vê o colega acordando e sendo tratado. Ninguém o julga, ninguém fala nada, ninguém comenta. Sente vontade de ir a ele, pedir desculpas e dizer que exagerou.

Mas antes de chegar a ele você acorda e narra na terapia mais um violento episódio mental, agora inspirado em Clube da Luta, que é ótimo, e Irreversível, que é uma bosta.

E você ouve: "você derrubou muito sangue. Muito sangue seu."

É

literatura, enfim

"Era cerca de 11 horas. A rua estava relativamente escura; pessoas caminhavam por todos os lados, aos pares, em silêncio, ou em grupos ruidosos. Começara o grande momento, a hora da junção macho-fêmea, em que o tráfico secreto alcança o apogeu, e se esboçam aventuras alegres. Saias roçagantes, aqui e ali um riso breve e sensual, seios buliçosos, hálitos violentos, arquejantes; em frente ao Grande Hotel, ma voz chamando: 'Ema!' Toda a rua era um brejo de que emergiam vapores cálidos."

"Santo Deus, em que triste estado me achava! Sentia-me tão profundamente desgostoso e fatigado por toda essa vida miserável, que já não me parecia valer a pena lutar em sua defesa. A má-sorte vencera, e fora demasiado rude: eu era apenas uma extraordinária ruína. Os ombros, pendidos, achatavam-se inteiramente para os lados; adquirira o costume de andar o mais curvado possível, a fim de proteger o peito. Uma dessas tardes, no quarto, passava o corpo em revista, e chorava com pena dele, durante todo o tempo. Havia semanas que usava a mesma camisa, dura de tanto suor ressecado, a ponto de me ferir um umbigo. Escorria da chaga um líquido sangrento; não era doloroso, mas afligia ver aquela ferida bem no meio do ventre. Não tinha remédio para ela, e não se fecharia por si só; lavei-a, enxuguei-a cuidadosamente e tornei a pôr a mesma camisa. Não havia nada a fazer. [...] Gostaria tanto de morrer."

Knut Hamsun, Fome

[eu não.]

terça-feira, 21 de julho de 2009

o melhor da Patagônia



via eu

domingo, 19 de julho de 2009

estou aprendendo a dormir de lado

[só pra você ver]

quarta-feira, 15 de julho de 2009

hoje tô pra falar de editor

(...) A Kapuscinki, um dos funcionários do palácio mostrou trechos da autobiografia de Selassié que, segundo ele, mostravam o desenvolvimento que o imperador trouxe ao país. Selassié aboliu o costume do “olho por olho, dente por dente” e instituiu a pena de morte. Proibiu o tráfico de escravos - em 1950. Extinguiu um método de localizar ladrões considerado obsoleto, a feitiçaria. O súdito frisou: “somente quando o senhor puder imaginar como era viver num país assim é que se dará conta das mudanças introduzidas pelo venerável amo.”

Isso eu não teria cortado. Mas preferiram chamar o cara de sanguinário. E a vontade de continuar escrevendo para História continua ladeira abaixo.

Eu acho meio patético ficar postando as próprias matérias, mas quando menosprezam o cuidado que você tem em, por exemplo, tentar contextualizar o que significava um imperador divinizado e centralizador em um país recém-saído do Neolítico para, em vez disso, frisar que ele nunca tinha fumado maconha, é brochante.

Kapuscinki sim era o cara. Ele tinha tantos golpes de Estado no bolso quanto Talese tem ternos.

meninas cisnes

(...) Nos backstages, onde o acesso à imprensa é permitido, mas controlado, elas mudam o semblante quase que automaticamente ao sentir a aproximação das câmeras. São poses ensaiadas à exaustão, que as tornam ainda mais fotogênicas sob qualquer ângulo. Mãos, cinturas, queixos, sobrancelhas e tornozelos recolocados unicamente para mais uma foto e outra e outra. Elas sorriem e são atenciosas. São paparicadas bem menos do que se imagina. A silhueta longilínea somada ao jeito de olhar para frente, sempre, sem nenhum obstáculo visual que não seja um semelhante - pois todos a sua volta são mais baixos - causam a impressão de que elas pertencem a uma hipotética raça diferente, bela e arisca. Quando montam no salto-alto, então, essas meninas cisnes tornam-se de vez as criaturas de maior atração do espetaculoso circo fashion. (...)



rá, óbvio que foi cortado. Eu cortaria.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

mico 2

Não tenho saco para ioga. Primeiro porque esse papo energético nunca me atraiu de maneira séria, segundo porque tenho medo desse pessoal se contorcendo todo até praticamente achatar o... saco...

mico 1


"Felipe, que tal participar da Patrulha da Moda da Abril? Venha bem largado, sujinho, para a mudança ficar mais visível"

E aí eu fui convidado a cair nessa furada, vista por toda a firma na intranet. Motivo de piada por quase uma semana, tenho que dar a cara a tapa ao visual "Frodo". Eu escolhi, e quem criticou não sabe de nada de moda. blé

já passou, a barba voltou e o corte com assinatura Di Biaggi está se perdendo. valeu o mico, antes de encarar 20 magrelas de Fashion Week