sábado, 30 de maio de 2009

você passa por um homem deitado, desmaiado, morto, vá saber, com uns tantos de pingos de sangue o cercando. você olha. há pessoas ao redor dele, falando. você se digna a retardar o passo, tirar um dos fones, ver o que está acontecendo. você pensa "ah, as pessoas estão cuidando do cara", "bom, é um mendigo, mendigos fazem isso"e "o que eu posso fazer?"tudo junto e segue seu caminho.

25 passos depois você pensa que é mais um daqueles sujeitos que fazem a sua cidade ter uma fama fria, egoísta e triste. você tenta fazer algo. liga para o samu. explica a situação. ouve da mulher que não, não há nenhum chamado para a esquina citada. Tá, mas e daí? E daí que se ela não souber exatamente o que está acontecendo, ela não pode mandar uma ambulância. você não é médico, não é enfermeiro, não é paramédico. então você reza, quase impotente, para que alguém cuide daquela criatura largada.

você fez alguma coisa.

sempre dá para fazer alguma coisa.

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