segunda-feira, 5 de novembro de 2007

sonhos bizarros do dia V

Já havia deixado a luta tinha anos, mas eles quiseram porque quiseram que os liderasse mais uma vez. As circunstâncias eram boas, teriam grandes chances de vencer. E assim, do nada, voltei à batalha. A república de Joselinas, uma ex-colônia portuguesa no Cáucaso, via em mim o herói que a removeria da sombra opressora do pós-comunismo soviético e a colocaria no rumo do progresso graças à vaga na União Européia que lhe era prometida havia anos.

Pois bem, nunca me vi tão carismático e eloqüente em público. Fácil, fácil, pus as massas na minha mão e as conduzi à revolução. Mas foi só quando vi as primeiras mortes, as decepções iniciais, as derrotas, a dor, as janelas quebradas e os pneus queimados, as mães chorando e os homens sangrando, que percebi onde estava me metendo. Aceitei o convite de encabeçar uma reviravolta nacional por um motivo desconhecido à toda a população. Eu estava me lixando para eles, seus prédios baixos, gente cinza e carros quadrados. Só queria me tornar um líder revolucionário para impressionar aquela ingrata, que não queria mais me ver nem pintado, nem esculpido. E nem sei se ela iria curtir um anti-Che do século 21. Pensei que seria uma boa idéia, fazer uma coisa que valesse a pena - nem que fosse só por uma garota.

Levei uma nação à guerra por uma paixão que eu não tinha idéia aonde ia me levar. O amor é muito egoísta mesmo.

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