Engraçado como o mundo aqui é tão louco que até esquecemos que estamos quatro metros abaixo do nível do mar. Que mulheres espetaculares, pernas brancas do tamanho de prédios, roupas da puta que você queria para o resto da vida, bundas perfeitas. Tudo era felicidade, mesmo a comida gordurosa e os banheiros públicos pagos. Não importava, finalmente estava livre. Cinco meses.
Naquele dia, não me interessavam os cardápios de maconha indonésia, haxixe africano, tampouco os chás holandeses, os bolos espaciais. Foi com uma bicicleta mais velha que eu e pneus mais finos que a canela de uma aspirante a Mega Models que eu senti, pela primeira vez em quase um semestre, a leveza de ter quitadas todas as minhas dívidas com o Serviço Moral do Cosmos. O pior namorado do mundo, o amigo traidor, o filho ingrato, o irmão egoísta, o colega vil, o aluno vingativo largou os braços do guidão e, cheio de vento na cara, sorriu, agradecido. Era o gosto da liberdade saudável.
Amsterdã, janeiro de 2005
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Ecdise
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2 comentários:
Uuuuuullççaaaaaaaaaaa
Culpa católica e bom texto. Ireço
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