(...) A Kapuscinki, um dos funcionários do palácio mostrou trechos da autobiografia de Selassié que, segundo ele, mostravam o desenvolvimento que o imperador trouxe ao país. Selassié aboliu o costume do “olho por olho, dente por dente” e instituiu a pena de morte. Proibiu o tráfico de escravos - em 1950. Extinguiu um método de localizar ladrões considerado obsoleto, a feitiçaria. O súdito frisou: “somente quando o senhor puder imaginar como era viver num país assim é que se dará conta das mudanças introduzidas pelo venerável amo.”
Isso eu não teria cortado. Mas preferiram chamar o cara de sanguinário. E a vontade de continuar escrevendo para História continua ladeira abaixo.
Eu acho meio patético ficar postando as próprias matérias, mas quando menosprezam o cuidado que você tem em, por exemplo, tentar contextualizar o que significava um imperador divinizado e centralizador em um país recém-saído do Neolítico para, em vez disso, frisar que ele nunca tinha fumado maconha, é brochante.
Kapuscinki sim era o cara. Ele tinha tantos golpes de Estado no bolso quanto Talese tem ternos.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
hoje tô pra falar de editor
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2 comentários:
Eu não acho patético postar as próprias histórias não. É marketing pessoal, haha. Mas também gosto de incluir os restos caídos da edição.
Etnocentrismo bombando em uma revista de história hein... Que contrassenso!
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