quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

casas

Sonho muito com casas. Muitos sonhos se passam em casas. As que existiram na minha vida, como o Cambaco, em Tatuí, e as que ainda existem como as antigas dos meus avós em São Sebastião. Raramente sonho com a casa onde moro ou as onde morei. Quando elas surgem, estão reformadas, deformadas. E sonho, com uma frequência discreta, que cruza épocas na minha vida, com casas criadas no subconsciente. Todas labirínticas e enormes.

Há a mansão estranha adaptada à topografia de morro de videogame, toda cercada por um filete de rio que, se não serviria na função primordial de defesa de castelo, era um divertido corredor para pessoas e patos de borracha circularem entre os cômodos.

Há o monumental e lúgubre palacete cafona do bairro, cheio de salas escuras e uma piscina vazia de 50 metros de profundidade. Apesar do aspecto cinzento, sempre tem alguma celebração lá. Um aniversário, cheio de balões coloridos, crianças correndo, pipoca, futebol de sabão (às vezes na piscina gigante) e carrossel.

Há algumas outras, inclusive uma vila inteira de criaturas pequenas e simpáticas, mistura de Smurfs e um videogame antigo, Lemmings, que eu visitava muito na infância. Eu era grande.

E há a suntuosa casa de praia comumente alugada pelos amigos no verão. Sempre à espera do fim da reforma, com lascas de cimento e cômodos inteiros sem acabamento. Mas, na última visita, ela estava impecável, do ponto de vista de engenharia (quanto a arquitetura e decoração, outra história). A casa estava pronta. E a festa, começando.

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