O Curioso Caso de Benjamin Button é a elipse temporal da vida na morte e da morte na vida, mas a principal mensagem é que, na maioria das vezes, bebê é um bicho muito feio.
A Troca é um pastelão dramático policial que deixa as burradas do Gate parecendo brincadeira de criança (sem o perdão do trocadilho) perto das da LAPD - e tem Angelina gritando desafinada.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
sobre chapéus
The rules governing the doffing of hats are as odd and anachronistic as the people who still insist on wearing them. We do have room, however, for one hard-and-fast rule: Hats should always be removed in public spaces, like the elevators in department stores. (As a sign of respect to the ladies, naturally.)
Nick Sullivan, na Esquire. Em 1930? Não, hoje.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
la fiesta del verano
preguiça de gente
A onda agora é ser scoopie, ou scuppie, sei lá. Ainda sou mais Snoopy
Mais Peanuts
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
banalizamos tudo
apaixonar-se é banal, separar-se é banal
xingar no trânsito é banal.
drogas são banais. Casamento, aborto,
divórcio, terapia, meditação, trocar de religião.
Academia, plástica, ecstasy, pó, pós, MBA.
Uma visita ao shopping, um tapa no guarda-roupa.
Os valores estão na Real Academia do Tríceps Trincando.
Reciclar lixo é banal. Reciclar namorado, amante, P.A., psiquiatra.
O pastor da vez, a dieta do mês.
Frívolo, efêmero (Polaroid tem mais charme. Looomo)
A grande micareta da auto-ajuda demodè.
Colaborar com ONGs é banal, creches e quermesses são banais.
Banal é ser políticoétnicoculturalsocioeconômicoreligiosamente
c-o-r-r-e-t-o.
E banal é um saco (jura?)
Por que, então, Deus meu, não vivemos de vez a novela da vida real e banalizamos
O CHAMPANHE?
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por uma vida menos ordinária, mais cafona e com bolhinhas até no café-da-manhã
(Pra Serena, que é dia dela)
verão 09
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
o trema ainda treme
Mr. Magoo não viu a morte quando teve a ideia heroica de realizar um voo sobre a Coreia em chamas. Ao decolar de Nagoia rumo à península em guerra, ele levou consigo apenas uma cesta com peras, fonte de potássio e amigas dos intestinos. Disse à mulher, Doroteia, em prantos, mergulhada na feiura da velhice sombria que trouxera do vale do Mississipi:
- Não me magoo por deixá-la. Amo-a como a amei, lá em Colorado Bay. Mulher, apazigue suas lamúrias e me traga um par de camisas polo, porque não quero parecer malsucedido, nem malnascido, ao descer na Coreia. Minha autoestima precisa estar inabalável quando pousar naquela terra pouco multirracial.
A mulher conteve as lágrimas e caminhou na velocidade de jiboia ferida que mexera com os brios do velho 134 anos antes. Ainda tinha pernas rijas, exibidas garbosamente, sem medo de ser ridícula, sob a minissaia comprada numa loja meio século antes.
- Ande, mulher! Não existem sistemas políticos semirrígidos! Precisamos derrubar os comunistas!
Ela não apressou o passo. Entrou na casinha isolada em que viviam, ladeada pela humilde pista de decolagem do marido, e preparou a mala para seu homem. Incluiu, sem falar a ele, alguns anti-inflamatórios, creme para pele extrasseca, linguicas pré-aquecidas no micro-ondas e um autorretrato que ela havia feito quando completaram dois anos juntos.
- Para, vai. Você não precisa ir.
- Não fala assim que você me dá enjoo.
Eles veem um ao outro. Têm as rugas de uma uva-passa no coração. Mas ainda se desejam com fervor e louvor.
O velho Magoo enxaguou o rosto, deu um abraço na mulher, disse a ela para ficar tranquila e se despediu.
Foram 88 horas de viagem panceleste, que poderiam ser muito menos, mas Mr. Magoo sempre foi piloto comedido em seus voos. Quando chegou nos arredores de Seul, as tropas do norte avançando sobre o sul, pousou em segurança numa pista clandestina. Comeu seu sanduíche de linguiça com pera e caiu estatelado no chão, morto ao lado da boia semirregurgitada.
Rodeando o cadáver de Magoo, o motivo de sua morte instantânea, a visão sobre-humana que tivera no instante final, o suprassumo da demência ultrainterina. Pinguins sem trema e virgens sem hífen. Ou melhor, sem hímen.
olhem pra mim
Bolívia e Venezuela romperam relações com Israel. Hmmm, alguém ficou sem dormir ontem em Tel-Aviv... Agora é que a Odebrecht tá no sal, coitada.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
E de repente tudo ficou pequeno
e você não xinga mais o motorista da kombi estatelado em cima da faixa de pedestre
não tem mais vontade de dar uma chinelada no garçom de tênis que te trata como um brother naquele restaurante "dois garfinhos"
não sente que está perdendo seu tempo numa profissão de importância marginal na sociedade
não se irrita com o copo vazio de cerveja quente
sim, elas estão aí, as 1000 coisas para te irritar antes de morrer. Mas, de repente, elas ficam pequenas.
assim.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
em 2009
mais cerveja, menos ressaca
mais livro, menos internet
mais música, menos celular
mais sol, menos teclado
mais abraço, menos elevador
mais vidaboa, menos vidaloca.
mais pé na areia, menos sapato
mais pé na grama, menos meia
mais melanina, menos olheira
mais bicicleta, menos carro
mais colheita, menos daninha.
mais salada, menos drogas
mais amor, menos sexo
mais poupança, menos gastança
mais cafuné, menos buzina
mais chá, menos Doritos.
Mais do mais, mas um pouco do menos
Porque ninguém é de ferro.
Mais jazz, menos indie
Mais Macy, menos Amy.
* * *
E isso é pra vocês entrarem no clima
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
a trilha 09
Flerte com hip-hop não tem jeito, trilha do verão tem uma cara de Harlem de chapéu. Estelle e Pharrell, só pra provar que, sim, ele existe, semelhantes brancos do roque - o hip-hop bom, além da limusine e do silicone.
Dá um tempo que o roteador tá embaçando
o vinho na sarjeta
às vezes você precisa virar do avesso para as coisas voltarem ao normal.
e isso é bom.
Se no Réveillon, enfie o dedo na goela. Ou use o celular. Alguma mensagem vai acertar o lugar certo.
TIM, o seu cupido todos os meses num envelope em cima do capacho.