segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Uma estrada sinuosa pelo campo, com morros alegres, vento na cara e um conversível legal. Árvores compridas, nuvens compridas e bois de 7 metros de altura, de pé e com rostos de moais, cortejando vacas do tamanho de elefantes. Tudo era maneirista, estranhamente harmônico, até você chegar a um quarto escuro e ouvir a voz. Fantasmagórica, ela ecoa na sua cabeça, fala coisas doidas, a ponto de você questionar por que só você ouve o que você ouve e ninguém mais. Mas ela está lá, e você consegue prendê-la numa conchinha feita com as mãos, do mesmo que se prende o ar respirado por um astro para vendê-lo no eBay, do mesmo jeito que a menina do comercial de celular prende sorrisos na palma da mão e os espalha na rua.

Mas nada de feliz tinha naquela voz que invadia seus ouvidos. Arrastada, velha e arranhada. Dava medo, dava pena. A voz que não era sua, mas não saía de dentro de você.

2 comentários:

Lucy Martins disse...

abre a janela do quarto escuro e deixa o sol entrar! ele purifica tudo! e noite olhe para lua...
e se lembre que o verão está só começando!

Di Giacomo disse...

Ulllça!