era um deserto. quente, árido. como um deserto. mas estava pior. ventos criavam redemoinhos de fogo, que batiam e se espalhavam pela areia escaldante. no horizonte, dezenas, centenas de sobrados brancos e suntuosas janelas esverdeadas se misturavam e derretiam vertiginosamente com o ar superquente.
os prédios erguiam-se sobre um assentamento de refugiados palestinos. bem, podiam não ser palestinos. mas definitivamente eram refugiados.
o guia explicava o esquema sórdido das construções: "a ideia é fazer as casas para substituir os assentamentos. com a 'boa causa', supervalorizam o preço delas, só para depois derrubar e levantar tudo de novo, cobrando ainda mais dos financiadores. é o que chamamos aqui de bolha troll".
o deserto continuou queimando longe. e perto.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
horizonte
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